quarta-feira, 20 de abril de 2011

MUITA CHUVA... e o treino nosso de cada dia? Como fica?

Como treinar (na esteira!!!) para uma maratona

Edição 186 - MARÇO 2009 - LUIZ CARLOS DE MORAES - Revista Contra-Relógio



A gente sabe que o número de pessoas que procuram academia nesta época do ano aumenta substancialmente onde a maioria deseja emagrecer e não resta dúvida que a corrida é uma das armas mais eficientes para isso. A esteira é o recurso mais simples, fácil e eficiente para atender a esse objetivo, tanto que todas as academias de médio e grande porte precisam investir constantemente nesses equipamentos, cujos fabricantes ainda não tomaram conhecimento de crise.


A principal diferença é o impacto que costuma ser reduzido na esteira em até 10% do peso corporal. Na rua o esforço pode ser diminuído à medida que o indivíduo passa a dominar a biomecânica do movimento e as resistências naturais: a do atrito com o solo, a pisada transferindo a força das pernas para o vôo mantendo a aceleração, a pisada da aterrissagem e a do ar, incluindo aí o vento que nunca sopra o tempo todo na mesma direção. Isso sem contar com o tempo, temperatura e umidade relativa do ar. Mesmo assim, estima-se que o impacto no asfalto seja em torno de duas a duas vezes e meia o peso corporal. Como na esteira é o chão que se movimenta, o corredor é obrigado a se manter em movimento constante e uniforme. Na rua, a perda do ritmo é mais fácil por diversos motivos, entre eles o cansaço, dores e mudança constante de tipo de piso e obstáculos.

A principal vantagem da esteira é a possibilidade do controle total do treinamento no que se refere à freqüência cardíaca, ritmo, passada e mecânica do movimento, principalmente se, em frente à esteira houver um espelho. Muita gente acha que a distância percorrida na esteira não seja a mesma da rua. Se a esteira estiver aferida, a distância é exatamente a mesma, podendo aparecer expressa em quilômetros/metros ou em milhas (1,609 m).

Entretanto, devemos ter alguns cuidados ao correr na esteira, tais como ao encerrar o treino, não parar e descer imediatamente. É normal as pessoas se sentirem meio tontas porque o equipamento reduzindo o impacto em até 30% faz com que os órgãos sensoriais comandados pelo labirinto, trabalhem com uma informação como se o indivíduo pesasse menos. Além disso, nesse momento, é quando o corpo reorganiza o aporte sangüíneo e isso pode provocar uma tontura momentânea, sem mais complicações. Portanto, encerre o treino sempre com uma caminhada de alguns minutos na própria esteira,


É bom lembrar. A esteira é muito boa, coisa e tal, mas para os corredores ela deve ser usada como opção de treinamento. Todas essas vantagens podem viciar, deixando o indivíduo menos atento quando voltar para a rua. Ao ar livre, as irregularidades do piso desenvolvem um mecanismo reflexo contra as torções e a segurança das esteiras pode diminuir essa capacidade.


Além do mais, especula-se que na esteira os músculos posteriores de coxa sejam um pouco menos exigidos e mais enfatizados os anteriores (quadríceps e os flexores do quadril) e ainda os gastrocnêmios, sóleo (batata da perna) e o tendão de Aquiles. Portanto, até para equilibrar a ação dos músculos, o ideal, para quem tem também problemas de falta de tempo e/ou local adequado, é treinar durante a semana na esteira e no fim de semana aproveitar a natureza.


Para quem corre só na esteira, ao passar para a rua deve começar com percursos planos, curtos e com um mínimo de dificuldades. Correr na rua desenvolve a coordenação motora, o raciocínio, a noção espacial e a capacidade de prever o perigo. Isso porque é preciso estar atento às irregularidades do piso, aos obstáculos naturais que obrigue desvios e aos veículos de toda espécie desde bicicletas até carros. Na rua a gente corre com as pernas, olhos, ouvidos e pensamentos.

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